Não sei se você já viu um casulo, assim, de pertinho, mas, se já viu, vai concordar que não tem beleza não. Pequeno, sem cor e sem graça. Do lado de dentro, porém, guarda uma expectativa. Por um tempo, dentro do casulo um ser sofre uma transformação radical, que vai mudar não só a sua aparência, mas também a sua forma de vida. Em alguns dias, a lagarta que se enclausurou, que fugiu de tudo e se escondeu como se fosse o fim, vai romper aquela prisão e secar ao sol as asas que ganhou e as novas cores do seu novo corpo. Os dias dentro do casulo foram necessários pra que acontecesse uma mudança. A transformação se daria de dentro para fora, no silêncio dos dias, no anonimato, sem interferência e sem pressa. Cumprido o tempo, a borboleta rompe o casulo e voa...
Qualquer semelhança com as pessoas, é a vida dando a lição. Também mudamos (e como mudamos!), constantemente. Vários agentes externos exigem que a gente mude, mas uma mudança significativa só acontece quando começa no lado de dentro. Aqui dentro, no pensamento e no coração, onde ninguém vê, onde não há disfarces,onde nos encontramos sós... Nesse recolhimento, nesse silêncio, quando as palavras emudecem e as emoções se abrandam, é que podemos nos render, compreender e nos tornar então quem estamos destinados a ser! O casulo é só um tempo a sós, antes da amplidão e da liberdade...